​Processo Criativo na Arteterapia

por Vera de Freitas.

​

Tema da minha monografia para conclusão do curso de Pós-Graduação em Arteterapia, na Clínica Pomar em 2019, depois de pesquisar, estudar e praticar muito. Com muitas experimentações, linguagens diversas e muitos, muitos materiais, descobri o meu processo de criar, a minha maneira de fazer arte. Foi um processo de autoconhecimento, um compromisso comigo e toda a liberdade do mundo.

Depois de fazer muita arte, muitas produções plásticas e descobertas, passei a oferecer e experimentar o mesmo método com outras 35 pessoas, que criaram, experimentaram e se perceberam nas próprias produções plásticas, descobrindo o seu estilo próprio de criar.

A partir de todas essas atividades, formatei o meu trabalho, teorizando, contextualizando e descrevendo todo o processo, com o máximo de detalhes e a riqueza de descobertas compartilhadas.

Partindo do pressuposto de que, quando ativado adequadamente, o processo criativo restaura, recupera, resgata, reorganiza e libera o fluxo de energia psíquica, favorecendo o bem-estar, a expressividade e a saúde do indivíduo que cria.

Na abordagem junguiana, para esse fluxo de energia ser saudável, deve estar desimpedido, espontâneo e livre, assegurando o equilíbrio, a comunicação e a restauração das informações entre o consciente e o inconsciente. De acordo com Jung, o inconsciente não é apenas um depósito do reprimido, havendo também marcas de vivências que são geradoras de novos conteúdos. A ação terapêutica se processa pela integração de conteúdos conscientes e inconscientes em prol do resgate da unidade do indivíduo.

​

Segundo Fayga Ostrower, todos os processos de criação representam tentativas de estruturação, experimentação e controle. São processos produtivos onde o indivíduo se descobre, onde se articula à medida que se identifica com sua produção.

A Arteterapia com abordagem junguiana baseia seus estudos na produção de imagens, no fazer artístico, no criar e expressar, exercícios do processo criativo que possibilitam a busca do equilíbrio, do autoconhecimento, da autonomia e da autoestima, proporcionando um resgate de saúde física e psíquica. Um caminho criativo propício à individuação, um caminho de construção do indivíduo. Buscando completar-se, diferente de tornar-se perfeito.

Através de modalidades expressivas diversas, linguagens e materiais, a Arteterapia possibilita o desbloqueio, o resgate e o fortalecimento do potencial criativo, promovendo a relação do indivíduo consigo mesmo. O processo arteterapêutico facilita que cada indivíduo encontre e amplie o seu próprio processo criativo, o seu caminho de autoexpressão.

E o caminho do “fazer arte” é o caminho que seguimos para dentro de nós, para encontrar o nosso tesouro, a nossa essência, a criatividade e a alegria de praticar a nossa forma própria de criar. Livre, original e autônoma.

 

Referências Bibliográficas:

Para entender Arteterapia Cartografias da Coragem – Angela Philippini – ed.WAK

Criatividade e Processo de Criação – Fayga Ostrower – Editora Vozes

Monografia Pós-graduação/Pomar – Estratégias Expressivas em Técnicas Mistas: Ativando o Processo Criativo em Arteterapia.

​

​

​

​